domingo, fevereiro 01, 2009

Estado português, pessoa de bem? (4)

"A Administração Pública portuguesa é lenta, nem sempre coerente e vezes de mais desrespeita os princípios da imparcialidade, da igualdade e da proporcionalidade que deveriam nortear a sua acção. É uma administração pouco transparente, em regra formalista e tendencialmente desinteressada dos efeitos nefastos dos seus procedimentos para os investidores, para o desenvolvimento económico e para a cidadania. Por esses motivos formou-se uma "profissão" de "porteiros de interesses". São milhares de pessoas que por esse país fora "abrem portas", oleiam engrenagens, conseguem reuniões e tentam que os burocratas façam o que deviam fazer de qualquer modo: não perder tempo, decidir com rapidez, respeitar o tempo e o dinheiro dos cidadãos e das empresas".
"...Deles não vem grande mal ao Mundo: abrem portas que deviam estar abertas, aceleram decisões que deviam ser rápidas. Se um dia o Estado português passasse a ser uma pessoa de bem, a profissão extinguir-se-ia num ápice."

Publicado no Jornal "Público", página 39 da edição de 30 de Janeiro de 2009,. Extracto, com a devida vénia, de um artigo de José Miguel Júdice sob o título "Um novo affaire du collier?", com sublinhado nosso.
Do mesmo artigo não colhemos as partes que se referem ao seu poder /sentido "olfactivo" para identificar quando há ou não corrupção.

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