sábado, março 17, 2012

Toponímia e cultura LXVVIII


A Rua Vieira da Silva em Alcântara 1350-343 Lisboa, homenageia, certamente com todo o merecimento, um tipógrafo e jornalista, Mas se não fosse esta informação adicional só visível no próprio local porque se encontra registada na placa toponímica, muitas pessoas pensarão tratar-se de(a) Vieira da Silva (Maria Helena) ilustre pintora (Lisboa ,13 de Junho de 1908 — Paris, 6 de Março de 1992) foi uma pintora portuguesa, naturalizada francesa em 1956. Não será de lhe acrescentar o nome próprio para evitar esta confusão?

E a Rua Vieira da Silva 4150-799 Porto quem homenageia?

Foto de  2011 de JPVB

quinta-feira, março 15, 2012

Exemplo desportivo e justiça

Uma situação como a que podemos observar num jogo de futebol de 11, neste vídeo aqui, é altamente condenável. Independentemente de ser avaliada e punida pelo juiz da partida, o árbitro, deve também ser sujeita a outros mecanismos de administração da justiça para além da desportiva, atentos os péssimos exemplos que constituem, em especial para a massa humana mais jovem.

quarta-feira, março 14, 2012

Toponímia e cultura LXVVII

É interessante como as diferentes autarquias tem também diferentes concepções da toponímia. Veja-se por exemplo esta situação na Ericeira que não pode ser mais esclarecedora sobre a pessoa que dá o nome à rua.

Foto de JPVB de 06MAR2012

segunda-feira, março 12, 2012

Viável o combate à corrupção?

Tendo embora já sido transmitida em 2011, ainda mantém toda a validade a entrevista do fiscalista Tiago Caiado Guerreiro na SIC Notícias  que pode ser visualizada aqui. 
Será o quadro legal o mais adequado para se combater a corrupção? Parece que não.

sábado, março 10, 2012

Quem efectivamente manda?

Com a devida vénia do Sítio http://www.ionline.pt esta análise de António Ribeiro Ferreira, publicada em 09 de Março de 2012, com sublinhados nossos.

As criaturas querem, podem e mandam


Muitos parabéns à EDP e a António Mexia. O lucro de 2011 chegou aos 1125 milhões de euros. Um recorde. O êxito ficou a dever-se ao Brasil e às queridas eólicas, que recebem rendas espantosas generosamente oferecidas pelo Estado com o dinheiro que cobra aos clientes da EDP nas facturas mensais ou bimensais. A querida EDP já não tem o guarda-chuva do Estado, mas os novos accionistas chineses, com o apoio determinado de Catroga e Mexia, vão, por certo, fazer os impossíveis para queimar qualquer ministro que tente atacar o chorudo negócio das renováveis, montado e executado por dois estimáveis amigos do ambiente chamados Pinho e Sócrates.
O ministro Álvaro Santos Pereira apanhou um curto- -circuito quando tentou meter-se com a poderosa eléctrica. Duvida-se que o assunto mereça novos desenvolvimentos nos tempos mais próximos, mesmo com a troika a perorar sistematicamente sobre o assunto e os empresários a implorar a redução dos preços da energia. Evidentemente que o cidadão comum, o que paga a factura do seu consumo e das rendas de muitas empresas que fazem fortunas com o negócio verde, deve ficar muito satisfeito por ver o seu fornecedor, praticamente obrigatório, engordar e enriquecer à conta do seu empobrecimento. Mas em Portugal ganha e gasta como quer quem pode e quem é amigo do poder ou pertence ao extraordinário e fantasioso sector empresarial do Estado. Aqui é a lei da selva, dos prejuízos, do endividamento, dos aumentos dos preços dos serviços sempre que é preciso aumentar a receita para não se tocar demasiado na despesa. Como está a acontecer agora no sector dos transportes. Sobem-se os bilhetes e cortam-se as carreiras sempre com o supremo objectivo de não despedir os trabalhadores, que, sem culpa nenhuma, foram entrando nas empresas por razões políticas eleitoralistas, incompetência dos gestores e alguma ideologia socialista à mistura, que funciona como o cimento de todas as desgraças que transformaram o sector empresarial do Estado num cancro para a economia e para o país. Mas agora, que os portugueses são surpreendidos todos os dias com os imensos buracos que andaram escondidos anos e anos, esperava-se que os gestores públicos envolvidos pedissem a demissão, mostrassem alguma vergonha na cara ou fossem investigados pelos desvarios cometidos com o dinheiro dos portugueses. Não acontece nada disso. O Ministério Público não se interessa por esses crimes públicos de gestão danosa. Tem mais que fazer. E os gestores públicos, perante o estranho e cúmplice silêncio do poder, ainda têm o desplante de vir a público não só desmentir os ministros que os tutelam como fazer de virgens ofendidas na honra e na virtude. Sinceramente.
Quarta-feira, o ministro da Educação, Nuno Crato, que tutela a Parque Escolar, na companhia de Vítor Gaspar, denunciou no parlamento os desvarios da empresa. Um dia depois, os gestores da dita vinham a público pôr em causa o ministro e repudiar as notícias sobre a sua actividade. Hoje, sexta-feira, Nuno Crato e Vítor Gaspar ainda não assinaram a exoneração dos senhores. Percebe-se. As criaturas querem, podem e mandam.


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quinta-feira, março 01, 2012

Onde estão a transparência e a Justiça?

Uma história que podia ter acontecido em Portugal... e aconteceu:

Transcrição com a devida vénia do Jornal de Notícias de 09 Fev 2012, em artigo assinado por Daniel Deusdado que pode ser lido na integra aqui.

 Valentim, o inocente

 As 162 páginas do acórdão do caso "Quinta do Ambrósio" mostram ao detalhe como o "clã Valentim" aproveitou a venda de um imóvel de Gondomar para montar um grande negócio cujo dinheiro público foi para integralmente a offshores. O "major" vai entrar na história:
 impossível de apanhar. É muito mais esperto que os tribunais e a Polícia Judiciária juntos. Tudo simples. Ora vejam:

 1. Ludovina Silva, com 80 anos, decide vender a "Quinta do Ambrósio", em Fânzeres. Uma das filhas consegue marcar uma reunião com Valentim Loureiro, em Junho de 2000, para lhe perguntar se a Câmara de Gondomar estaria interessada. O "major" diz que não, mas perante a aflição, encaminha-a para o seu vice-presidente, José Luís Oliveira, grande proprietário gondomarense e habitual negociador imobiliário.

2. É já em Outubro que o vice-presidente de Valentim, José Luís Oliveira (comparsa de muitas aventuras, entre as quais as do Apito Dourado) acorda verbalmente com a filha da viúva a compra da Quinta por pouco mais de um 1 milhão de euros.
 3. Aqui entra Laureano Gonçalves, advogado, ex-inspector das Finanças e especialista em "estruturas fiscais". É comparsa de Valentim nas questões desportivas (Boavista, Federação Portuguesa de Futebol) e passa a ser ele a face destas operações, além de sócio de José Luís Oliveira. Entretanto, pouco tempo depois, ambos convidam o filho de Valentim, Jorge Loureiro, para fazer parte do negócio.

 4. A STCP andava à procura de um local para uma nova estação de recolhas de autocarros em Gondomar (está no Plano de Investimentos tornado público em 1999). A STCP aceita comprar a Quinta do Ambrósio.
 Por quanto? 4 milhões de euros. Quatro vezes mais do que havia sido combinado pagar à viúva poucos meses antes.

 5. Laureano monta então uma estratégia, através de empresas offshore nas Bahamas e Ilhas Caimão, para camuflar os quase 3 milhões de lucros da futura venda à STCP com a maior discrição e menos impostos possíveis.
6. Oliveira Marques e Gonçalves Martins, na altura, respectivamente,presidente e administrador da empresa de transporte STCP, dão luz verde à compra da Quinta do Ambrósio apesar de não terem qualquer avaliação independente sobre o real valor do imóvel. Exigem também à Câmara de Gondomar que faça por desafectar a "reserva agrícola" que impendia sobre parte da quinta. A CCDRN e os organismos de Agricultura e Ambiente não param o progresso de Gondomar - as autorizações surgem
 ainda durante o ano de 2001. (Um parêntesis: nunca chegou a haver qualquer estação da STCP na Quinta do Ambrósio).

 7. Laureano fica entretanto com "plenos poderes de procurador" da viúva. É já ele quem trata do contrato-promessa, em Março de 2001, em nome de Ludovina, à STCP (e depois concretiza a escritura final, em Dez 2001).

8. Ludovina recebe um milhão de euros na conta do BCP (o combinado com o "vice" de Valentim), enquanto os restantes quase 3 milhões de lucro extra vão parar a uma conta no BPN que Laureano criou em nome da viúva. É este fiscalista quem os envia em nome de Ludovina para contas offshore a fim de se dividirem depois pelo filho de Valentim (Jorge), pelo "vice" de Valentim (José Luís Oliveira) e por ele próprio.
 Obviamente, cada um deles, com contas offshore (BPN-Caimão e Finibanco-Caimão)
Conclusão 1:
  • depois de centenas de milhares de euros gastos em investigação policial e tribunais, vai tudo preso? Não. Nada. Além disso, o negócio só foi descoberto por acaso durante o "Apito Dourado".... Outra dúvida: por que pagaram os administradores da STC uma verba irreal por um terreno duvidoso? Quem os pressionou? Por fim:
     qual a decisão do tribunal quanto ao filho de Valentim, ao vice-presidente da Câmara, e ao amigo advogado? O tribunal condenou-os apenas por branqueamento de capitais em um ano e dez meses de
     prisão... com pena suspensa. That's all folks!!!
     Conclusão 2:
  •  (Eliminada por não estar em consonância com a finalidade deste blogue)