quarta-feira, dezembro 19, 2007

Toponímia e Cultura XXI

Será Araujo ou Araújo?

Não seria devido e mais apropriado qualificar ou identificar às actuais e futuras gerações Carvalho Araújo? Só assim se preservaria a História.

José Botelho de Carvalho Araújo

Oficial da Armada, morto em combate no mar em 1918 contra os alemães

n. 18 de Maio de 1881 - f. 14 de Outubro de 1918

José Botelho de Carvalho Araújo, nasceu a 18 de Maio de 1881, na freguesia de São Nicolau, da cidade do Porto onde seus pais, que viviam em Vila Real, se tinham deslocado em visita a familiares.

Ingressou na Escola Naval, onde assentou praça, como aspirante de Marinha, em 12 de Outubro de 1895. Foi Guarda-Marinha em 1903, 2º Tenente em 1905, 1º Tenente em 1915, e Capitão-Tenente (a título póstumo) em 1918. Teve as seguintes condecorações: Medalha de Cobre de Filantropia e caridade (socorros a náufragos), Medalha Militar de Prata, de comportamento exemplar, Medalha de Prata comemorativa das campanhas do Exército Português, tendo na respectiva passadeira a legenda " Sul de Angola 1914/1915 ".

A título póstumo foi condecorado com a Cruz de Guerra de 1ª classe, Medalha de Prata comemorativa das campanhas do Exército Português no mar 1916/17/18 e condecorado com o 2º Grau da Ordem Militar da Torre e Espada, tendo sido por diversas vezes louvado.

Carvalho Araújo faleceu no dia 14 de Outubro de 1918 a bordo, no seu posto em combate contra os alemães, na ponte do Caça-Minas “Augusto Castilho”, que nesse dia em plena 1ª Guerra Mundial escoltava o vapor São Miguel, no mar dos Açores, que navegava do Funchal para Ponta Delgada.

O heroísmo do Comandante Carvalho Araújo no pequeno navio de guerra português, que ao ser atacado pelo submarino Alemão U-139, não se furtou em o atacar para salvar o navio São Miguel com 206 pessoas a bordo e assim se aguentou durante 2 horas, dispondo apenas de duas peças de artilharia de proa que investiu contra a unidade poderosamente armada de 6 tubos lança-torpedos e de dois canhões de tiro rápido com o calibre de 150 milímetros, surpreendendo o experiente comandante do submarino, que registou o acto em termos elogiosos. O vapor São Miguel afastou-se entretanto do perigo.


Foto 06122007(002)

sábado, dezembro 15, 2007

Sinalização decorativa? (2)

Em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, era há dias esta a situação que a fotografia documenta.


Embora captada a um Domingo, a sinalização de proibição não isenta estes dias.
E assim temos uma cultura de cidadania em que nunca sabemos se esses sinais são a valer como deviam ser sempre e efectivamente para cumprir ou não.
Ou trata-se duma questão de tolerância, de passividade das autoridades, ou ainda da compreensão pela existência de lugares limitados de estacionamento não-pago? Ou haverá outros dias em que esses condutores vão ter surpresas?



Foto 09122007

terça-feira, dezembro 11, 2007

Naufrágio da "Luz do Sameiro" em 2006 (3)

O Sistema Nacional para a Busca e Salvamento Marítimo, criado em 1994, é dirigido pelo Ministro da Defesa Nacional, que para o efeito é apoiado por uma comissão consultiva a quem deve competir, nomeadamente (com sublinhado nosso):

Acompanhar a evolução e avaliar a importância das inovações surgidas,... bem como o impacte delas resultante nas operações de busca e salvamento marítimo, ....;

Examinar as informações relativas às operações de busca e salvamento, avaliar a eficácia das medidas em vigor e propor os melhoramentos necessários;

Aconselhar, com base na experiência recolhida pelos serviços... sobre a melhor utilização dos meios, equipamentos e materiais de busca e salvamento marítimo, bem como sobre a necessidade de novas aquisições;

Propor os procedimentos que considere mais apropriados relativamente à utilização de navios e aeronaves em operações de busca e salvamento marítimo;

Aconselhar sobre os aspectos normativos e administrativos dos organismos relevantes para a busca e salvamento marítimo.


Tudo isto não foi feito de 2004 até pelo menos aos princípios de 2007, em resultado de a Comissão não ter estado em funcionamento.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Naufrágio da “Luz do Sameiro” em 2006 (2)

No naufrágio da embarcação de pesca “Luz do Sameiro” ocorrido na praia da Légua, morreram seis dos sete tripulantes a poucas dezenas de metros do areal.

O que é que a embarcação estava a fazer naquela zona e tão próximo de terra em situação de perigo muito acrescido?

Porque é que o pessoal embarcado não envergava os coletes de salvação quando seria mandatório que assim estivesse naquelas circunstâncias?

A falta de respostas e de confrontação com a verdade poderá constituir uma justificação para não prejudicar o direito das famílias aos seguros?

Não será de confrontar os profissionais do mar com a realidade, prevenindo assim a ocorrência de idênticos casos no futuro?


Do Relatório da Inspecção-Geral do MDN, com sublinhado nosso, é interessante reter o que foi escrito, em especial a suavidade da forma como foram tratadas estas questões, em nosso entender básicas para a salvaguarda de vidas humanas e quando estavam e estarão em causa as próprias vidas dos navegantes:

Reputa-se muito importante desenvolver uma cultura de salvaguarda da vida humana no mar e melhorar os procedimentos, pelos navegantes, no que respeita à emissão de pedidos de socorro.

Importa, assim, aumentar o esforço pedagógico junto das comunidades piscatórias e outros navegantes visando a sensibilização para a importância do uso correcto dos equipamentos individuais de salvamento e para a indispensabilidade de activar os instrumentos de socorro disponíveis, em tempo e com a margem de resguardo necessária a uma eficaz actuação dos meios de salvamento.


sábado, dezembro 01, 2007

Naufrágio da “Luz do Sameiro” em 2006 (1)

No naufrágio da embarcação de pesca “Luz do Sameiro” ocorrido há cerca de doze meses (29 de Dezembro de 2006), a poucas dezenas de metros da praia da Légua, morreram seis dos sete tripulantes.

O Ministro da Defesa Nacional mandou proceder a uma auditoria, feita pela Inspecção-Geral do Ministério da Defesa Nacional (MDN), divulgada sob o título:

CONCLUSÕES DO RELATÓRIO DA AUDITORIA AOS PROCEDIMENTOS DE BUSCA E SALVAMENTO EM VIGOR NA MARINHA E NA FORÇA AÉREA

que está disponível em:

http://www.governo.gov.pt/NR/rdonlyres/D9044ACE-6A88-4043-B830-3F99A3194433/0/Conclusoes_Procedimentos_SeR_Marinha_FAerea.pdf

http://www.portugal.gov.pt/Portal/Print.aspx?guid=%7B48512C78-5C8C-4174-9CC5-7CCDEDB8364A%7D

Já nos tinha causado estranheza que a Comissão Consultiva para o Sistema da Busca e Salvamento Marítimo não se tivesse pronunciado e mesmo substituído à Inspecção-Geral. Nas competências da comissão consultiva, criada no princípio de 1994 como órgão de apoio ao Ministro, prevê-se aquela função, como analisaremos noutra altura.

Mas o Relatório, ou as suas Conclusões, permitem-nos conhecer este aspecto da realidade, cuja gravidade não vi até hoje apreciada e devidamente imputada:

A comissão consultiva para o Sistema de Busca e Salvamento Marítimo não reunia à data da auditoria (2007) desde 2004.

Quem foram então os responsáveis desde 2004?

Para além do actual Ministro da Defesa Nacional Prof. Nuno Severiano Teixeira, em funções desde 03 de Julho de 2006.
(XVII Governo Constitucional)

Dr. Luis Filipe Marques Amado
(XVII Governo Constitucional)
De 12 de Março de 2005 a 3 de Julho de 2006.

Dr. Paulo Sacadura Cabral Portas
(XVI Governo Constitucional)
De 17 de Julho de 2004 a 12 de Março de 2005.