quinta-feira, outubro 12, 2006

Impunidade (1)

Se bem se recordam, nalguma imprensa e muito concretamente na edição nº 704 da revista VISÃO, de 31 de Agosto a 06 de Setembro de 2006, na página 16, foi noticiado que em 18 de Julho deste mesmo ano o senhor Valentim Loureiro (VL), figura associada ao posto de Major do Exército português e convencida figura pública, teve comportamentos e atitudes inqualificáveis para com a autoridade policial da Polícia de Segurança Pública (PSP). Isto na sequência de uma autuação a que o seu condutor estava a ser alvo por excesso de velocidade. Ao contrário do seu motorista que se comportou correctamente, o senhor VL, na presença de outros 25 a 30 cidadãos, buzinou continuamente como forma de protesto (recorde-se que era de noite!) e dirigiu insultos (“analfabetos”, “ignorantes”) e ameaças (“amanhã… diante do seu comandante fica-me a conhecer”) à autoridade. Nesta sequência o agente principal visado “decidiu” (acobardou-se por receio das consequências que daí lhe poderiam advir? e dos problemas em que se iria meter!) não recorrer a procedimento criminal e o documento foi arquivado pelo comando da Divisão de Trânsito da PSP do Porto. E a culpa, ao que saibamos, morreu também neste caso solteira!
Em que Estado e a que estado da Justiça chegámos! Que exemplo para aqueles que a tudo assistiram e que registaram que o senhor VL está acima da Lei (pelo que vimos, na zona do Porto, espera-se que não em todo o País!). Que ilações o agente da PSP e os seus colegas retiraram deste caso e, em consequência, que procedimentos vão adoptar no futuro? com os srs. VL’s que por aí pairam e a quem as estações de televisão dão grandes tempos de antena fazendo-os parecer importantes e, pelo que se vê, impunes!
E o Ministério Público não poderia intervir? O agente da PSP não poderia ser ou ter sido apoiado na instauração do processo-crime pela Direcção Nacional ou pelo MAI?

Paralelamente poderemos recordar que as grandes prioridades da Câmara Municipal de Gondomar (CMG) no sector educativo assentam em princípios como a oferta da educação para todos, numa perspectiva de educação e formação integral, enquanto factor de coesão social que muito poderá contribuir para o desenvolvimento e progresso do Município, através de uma cidadania activa, participada, responsável e solidária.

Será que esta actuação pública de 18JUL2006 do Presidente da CMG é a que o sr. VL tem como exemplo de educação e cidadania activa?
Será que este exemplo não é dos mais deseducativos que poderemos encontrar e a impunidade consequente uma certa forma de corrupção que devemos combater?

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