terça-feira, julho 31, 2007

Justiça desigual

Comentámos aqui, em 20 de Outubro de 2006, uma situação ocorrida com o sr. Valentim Loureiro, amplamente noticiada e de cuja condenável conduta ficou impune.

Para uma análise do tipo "descubra as semelhanças e diferenças", vale a pena ler a seguinte notícia da imprensa:
Um homem de 35 anos foi ontem (29JUL2007) detido por injúrias e ameaças a um agente da GNR de Guimarães durante uma operação de fiscalização realizada por aquele militar. O indivíduo alvo de detenção era o acompanhante do condutor de uma das viaturas fiscalizadas e vai ser hoje (30JUL2007) presente ao Tribunal de Guimarães.

Indivíduo de Guimarães

Valentim Loureiro

Diferenças

Desconhecido do público

Muito conhecido do público

Foi presente a Tribunal

O auto foi arquivado (não foi a Tribunal)

Sem funções de responsabilidade

Com funções na sociedade, autarca

Questão com agente da GNR

Questão com agente da PSP

O agente autuou-o

O agente não o autuou

Não era o responsável pela viatura

Era o responsável da viatura

Não tinha autoridade sobre o condutor

Tinha autoridade sobre o condutor

Semelhanças

Acompanhante do condutor

Acompanhante do condutor

Injuriou o agente da autoridade

Injuriou o agente da autoridade

Na sequência duma acção de fiscalização

Na sequência duma acção de fiscalização


segunda-feira, julho 30, 2007

Pombas nas cidades (2)


O pouco sentido de cidadania e de responsabilidade que leva ao incumprimento da lei, tem muito a ver com a ignorância e com o sentido de impunidade duma fiscalização ineficiente.
As disposições legais existentes sobre a alimentação das pombas e que pretendem proteger os cidadãos das doenças por elas transmissíveis são diariamente violadas. Também porque uma tradição popular de levar as crianças a dar de comer às pombinhas ainda está muito enraizada.
O caso presente, registou-se fotograficamente em Lisboa, na Rua do Cardal de S. José, entre vários prédios degradados que funcionam como pombais.
Foto 30072007

domingo, julho 22, 2007

Praias 2007. Algarve (VI)

Concluídas há cerca de um ano as obras na Praia da Rocha com evidente benefício para os utentes e concessionários da praia e restaurantes, registam-se já algumas anomalias bem características deste País e da falta de previsão. Previsão que obrigaria a ter serviços apropriados de beneficiação e manutenção, mas que não vem acontecendo a meio da época balnear apesar dos muito cartazes com indicação do responsável pela obra. Muitos azulejos da escada entre o Hotel Júpiter e o já demolido Hotel da Rocha ou partidos ou descolados; as passadeiras com pregos salientes e com buracos (dos nós da madeira que começam a saltar); outras passadeiras deslocadas ou partidas pela circulação de viaturas como se pode constatar na fotografia, em horas de plena utilização do areal.

Foto 21072007

segunda-feira, julho 16, 2007

Estacionamento selvagem (1)

Na generalidade das cidades e capitais da Europa ocidental o estacionamento está muito disciplinado e não se vê um único carro em cima dos passeios. Na capital portuguesa a indisciplina é total, como ainda nesta época, de férias de muitos lisboetas, se pode constatar na Rua Luís de Camões e que a fotografia documenta.

Neste bairro também se passou o problema da substituição de moradias uni-familiares, muitas então com jardim, por espaços de betão de maior altura e sem parqueamento compatível com a nova situação de maior número de moradores. Ganância e falta de planeamento que impediram medidas apropriadas para o estacionamento.

Será que a situação se resolve com as promessas do novo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa António Costa de tolerância zero em Setembro de 2007? Ou, sem soluções alternativas, que a concretização daquelas ameaças conduzirá apenas a um aumento de receitas para redução do deficit?

Foto 16072007

sábado, julho 14, 2007

Representação nacional? (1)

Assim andam as representações portuguesas em eventos transmitidos pela televisão para todo o Mundo:

Num jogo entre o Chile e Portugal nos oitavos de Final do Mundial Sub-20, que representava a última oportunidade de Portugal continuar na prova depois de vários desaires, o jogador português Zéquinha (camisola nº. 9) tirou o cartão vermelho da mão do árbitro que acabara de expulsar o seu companheiro Mano (camisola nº. 18) por agressão a um adversário e acabou, evidentemente, também expulso.

Este lamentável acontecimento pode ser visto em http://videos.sapo.pt/3r1nToiLSIAPfBsbdZWJ

Já aqui antes o referimos, a escolha para representantes de Portugal não só responsabiliza os atletas como também os dirigentes que os seleccionam. E o mau exemplo do (responsável? das equipas sub-20 e sub-21) Sr. José Couceiro, expulso do campo e suspenso por um jogo na fase inicial do campeonato de Sub-21 dias antes, por desobediência continuada, também televisionada, às instruções do 4º árbitro, não constituiu certamente uma boa bandeira para o nosso País e para os jogadores que orienta?

Aguardemos as penalizações disciplinares que também lhes deverão ser aplicadas pelos órgãos nacionais competentes.

quinta-feira, julho 12, 2007

Praias 2007. Algarve (V)

As falhas do sentido da responsabilidade são muitas vezes agravadas pela rotina com falta de sentido crítico. Sentido crítico que não está muito presente na educação e que leva a que se olhem para as coisas sem ver os erros, as contradições e as incongruências; e a não nos colocarmos no lugar dos outros avaliando se às questões ou dificuldades que se lhes possam deparar há respostas e soluções, o que, a não acontecer e existindo sentido crítico (obviamente construtivo), nos levaria a propor a quem de direito as acções mais convenientes.

Serve este intróito para, na linha de anteriores, assinalar mais algumas situações, em que quer os responsáveis, neste caso o concessionário e o seu pessoal, quer as entidades fiscalizadoras, não deram conta da situação quando a época balnear já vai avançada: Numa das áreas concessionadas da Praia da Rocha, de toldos azuis escuros, os elementos informativos colocados no painel junto ao material salva-vidas é o que as fotos mostram. Cor das bandeiras inexistente e alterada, falta de indicação dos contactos para emergência, etc... como se pode constatar. Situação completamente diferente doutras concessões, com quadros de modelo diferente e cores das bandeiras e telefones bem indicados.


Fotos 11072007 e 12072007

quarta-feira, julho 04, 2007

Cultura e atitude

Por nos permitir alguma reflexão, transcrevemos alguns extractos,
com sublinhado nosso, do artigo de António Pinto Leite,
publicado no Expresso, em 30 de Junho de 2007:


Elogio do entusiasmo

"Os portugueses, em vez de transformarem os problemas em soluções, transformam os problemas em depressões. Falta entusiasmo, energia vital, raça. Não é optimismo que nos falta, é pensamento positivo.

......

Falta entusiasmo na sociedade portuguesa.

A questão não é filosófica, é cultural.

A cultura é constituída pelo conjunto de crenças, de símbolos e de regras, tanto explícitas como subentendidas, que os membros de uma comunidade consensualizam para estruturar a vida em comum e uma convivência ordenada e agradável.

As pautas culturais constituem referências desde a nossa infância e delas absorvemos o essencial para a nossa perspectiva de vida, para a nossa atitude perante a vida.

A cultura de um país promove subtilmente a disposição colectiva para uma atitude positiva ou para uma atitude negativa.

A cultura portuguesa está impregnada de valores e de símbolos negativos. Escutar Portugal chega a ser penoso.

Em vez de perguntarmos com entusiasmo o que está por fazer, resmungamos culpas solteiras com o que deixámos de fazer.

.........

Os portugueses, em vez de transformarem os problemas em soluções, transformam os problemas em depressões.

Os problemas são desafios, não são fossas. As mudanças não são fatalidades, são oportunidades.

A pauta cultural leva algumas elites a maldizer ou porque se acham demasiado acima da pequenina realidade portuguesa, ou porque tiveram uma visão extraordinária e incompreendida que mais ninguém teve, ou porque, desde a infância, aprenderam que o desânimo inteligente desperta aceitação, chega mesmo a ser uma forma de «charme».

Em Portugal, a melancolia é chique, o entusiasmo é boçal.

Especialistas em encontrar culpados inimputáveis, os portugueses revêem-se nesse gratificante exercício inútil.

Quem feio ama, bonito lhe parece. Os portugueses é ao contrário: o bonito que amam, sempre feio lhes parece.

Falta entusiasmo, energia vital, raça. Não é optimismo que nos falta, é pensamento positivo.

O problema é que a pauta cultural de hoje está a formar as novas gerações. É esse o ponto preocupante que deve marcar a nossa reflexão."

Poluição visual (3)

É pena continuarmos a assistir à poluição visual do espaço público, como podemos ver na fotografia tirada hoje no bairro de Campo de Ourique, em Lisboa.
Com a agravante de os anunciantes -bem identificáveis- divulgarem assim os seus produtos, sem custos (para os próprios) nem impostos , mas indo indirectamente ao bolso dos contribuintes que terão que pagar mais dia menos dia o restauro do que estragaram.

Foto 04072007

terça-feira, julho 03, 2007

Medidas pro-natalidade e família

Vale a pena ler o texto abaixo, de 03 de Julho de 2007, que não necessita de comentários, o qual transcrevemos parcialmente com a devida vénia, da APFN – Associação Portuguesa de Famílias Numerosas:

"O primeiro-ministro espanhol anunciou hoje a instituição de um subsídio de nascimento de 2500 Eur, em linha do que tem vindo a ser praticado na esmagadora maioria dos países europeus, cada vez mais preocupados, com razão, com a reduzida taxa de natalidade.

Recorde-se que, em Espanha, a taxa de natalidade já é crescente, mas, por estar longe dos desejáveis 2.1 filhos por casal, o governo viu-se na necessidade de aumentar os apoios às famílias com filhos, conforme tem vindo a ser insistentemente lembrado pela Comissão Europeia.

Por cá, sucede precisamente o contrário, apesar de Portugal ser dos raros países europeus com taxa de natalidade decrescente. Os resultados de 2006, ainda não divulgados pelo INE, irão apresentar o resultado do agravamento da política anti-natalista por parte deste governo que, não satisfeito, recentemente anunciou o aumento das taxas moderadoras para crianças até aos 12 anos, e isenção das mesmas taxas para as mulheres que abortam!

............."

domingo, julho 01, 2007

Boa vontade com ingenuidade

Circularam e ainda circulam na Internet há vários meses uns pretensos avisos duma entidade de segurança pública inexistente no nosso país (Secretaria da Segurança Pública - Superintendência da Policia Técnico-científica), sobre sinais que grupos de ladrões colocariam em casas, que teriam sob vigilância, com indicações sobre as facilidades e dificuldades para as assaltar. Uma sinalização, tipo código, que atemoriza as pessoas e as leva a difundirem-na de imediato pelas pessoas das suas relações, estimulados pela facilidade do seu reenvio por e-mail. Claro que aproveitando a situação, ainda há uns “brincalhões” que se aproveitam desta "informação" para pregar alguns sustos aos desprevenidos!

A Junta de Freguesia de S. José caiu no logro e ingenuamente colocou avisos à população conforme a fotografia abaixo, alertando-a para estes “sinais”. Esperemos que o ingénuo, que tão boa vontade revelou nesta divulgação, já tenha dado pelo logro.


Foto 22062007(001)