terça-feira, fevereiro 12, 2008

Preocupações ambientais na Administração Pública (1)

A Equipa Multidisciplinar de Investigação e Consultoria (EMIC) do Instituto Nacional de Administração, I.P. (INA, I.P.) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) pretendem, através dum inquérito, recolher informação que se subordina ao tema “Serviço Público Ético – Sistematização dos processos de separação e recolha selectiva dos resíduos na Administração Pública”.

Os principais objectivos daquela pesquisa são, por um lado, a verificação do estado dos processos de separação e de recolha selectiva de resíduos no seio dos organismos públicos da Administração Pública portuguesa, e por outro, a proposta de formas de actuação que possam promover uma maior sistematização destes processos nos supracitados organismos.

Desta forma, estão a solicitar o preenchimento dum questionário que se encontra no seguinte link: http://emic.ina.pt/spe

Tentam, através desta colaboração, ser bem sucedidos na constituição de uma amostra representativa que os leve a resultados fidedignos.

Esperemos que tenham sucesso e que os resultados sejam apurados a curto prazo e positivos, pois tanto quanto temos vindo a observar na generalidade da Administração Pública pouca atenção estes aspectos vem merecendo, tal como a que é devotada ao consumo e poupança de energia.

domingo, fevereiro 03, 2008

Da Imprensa: "A falta de vergonha"

Com a devida vénia transcrevo, para devida reflexão, um artigo da autoria do Tenente-General José Eduardo Garcia Leandro publicado na Edição Semanal do EXPRESSO de 02FEV2008, (com sublinhados nossos):

"A falta de Vergonha"

"O modo como se tem desenvolvido a vida das grandes empresas, nomeadamente da banca e dos seguros, envolvendo BCP e Banco de Portugal, incluindo as remunerações dos seus administradores e respectivas mordomias, transformou-se num escândalo nacional, criando a repulsa generalizada.É consensual que o país precisa de grandes reformas e tal esforço deve ser reconhecido a este Governo (mesmo com os erros e exageros que têm acontecido).Alguém tinha de o fazer e este Governo arregaçou as mangas para algo que já deveria ter ocorrido há muito tempo. Mas não tocou nestes grandes beneficiários que envergonham a democracia, com a agravante de se pedirem sacrifícios à generalidade da população que já vive com muitas dificuldades. O excesso de benefícios daqueles administradores já levou a que o próprio Presidente da República tivesse sentido a obrigação de intervir publicamente. Mas tudo continua na mesma; a promiscuidade entre o poder político e o económico é um facto e feito com total despudor. Uma recente sondagem Gallup a nível mundial, e também em Portugal, mostra a falta de confiança que existe nos responsáveis políticos deste regime.
Tenho 47 anos de serviço ao Estado, nas mais diferentes funções de grande responsabilidade, sei como se pode governar com sentido de serviço público, sem qualquer vantagem pessoal, e sei qual é a minha pensão de aposentação publicada em Diário da República, sinto a revolta crescente daqueles que comigo contactam, eu próprio começo a sentir que a minha capacidade de resistência psicológica a tanta desvergonha, mantendo sempre uma posição institucional e de confiança no sistema que a III República instaurou, vai enfraquecendo todos os dias. Já fui convidado para encabeçar um movimento de indignação contra este estado de coisas e tenho resistido. Mas a explosão social está a chegar. Vão ocorrer movimentos de cidadãos que já não podem aguentar mais o que se passa. É óbvio que não será pela acção militar que tal acontecerá, não só porque não resolveria o problema mas também porque o enquadramento da UE não o aceitaria; não haverá mais cardeais e generais para resolver este tipo de questões. Isso é um passado enterrado. Tem de ser o próprio sistema político e social a tomar as medidas correctivas para diminuir os crescentes focos de indignação e revolta.
Os sintomas são iguais aos que aconteceram no final da Monarquia e da I República, sendo bom que os responsáveis não olhem para o lado, já que, quando as grandes explosões sociais acontecem, ninguém sabe como acabam. E as más experiências de Portugal devem ser uma vacina para evitar erros semelhantes na actualidade.
É espantosa a reacção ofendida dos responsáveis políticos quando alguém denuncia a corrupção, sendo evidente que deve ser provada; e se olhassem para dentro dos partidos e começassem a fazer a separação entre o trigo e o joio? Seria um bom princípio! Corrija-se o que está errado, as mordomias e as injustiças, e a tranquilidade voltará, porque o povo compreende os sacrifícios se forem distribuídos por todos."